sexta-feira, 11 de março de 2011

TV Social vira realidade

Esqueça a ideia - obsoleta - de que a televisão não é sociável, pois o modelo está em mutação. Oito em cada dez jovens usuários de internet móvel no Reino Unido, com idade inferior a 25 anos, declararam utilizar o Facebook, Twitter ou outra rede social, via celular, para comentar simultaneamente o que assistem na TV. Os dados são de uma pesquisa realizada pela agência de marketing Digital Clarity, feita com 1300 pessoas.

Segundo a agência, essa nova conexão estabelecida entre a TV e as mídias sociais tem impacto sobre publicidade e programação, pois chama atenção dos anunciantes interessados no público jovem. Raggie James, fundador da Digital Clarity, afirma que a TV social, nome dado a este novo movimento, diminui a dificuldade que o mercado televisivo enfrentava. "Até 12 meses atrás, a TV estava enfrentando dificuldades para atingir o mercado mais jovem, devido à disponibilidade cada vez maior de canais de comunicação", disse James.

Segundo ele, em entrevista à Reuters, "a TV social muda o panorama completamente ao fazer dos programas eventos online que precisam ser assistidos de imediato". Ele ainda ressalta que “a audiência quer participar da conversa", portanto, resta às companhias de TV saber aproveitar o lucrativo e atrativo mercado, já comum também no Reino Unido.

Nos EUA, pesquisa semelhante feita em parceria pela Nielsen e o Yahoo! constatou que 86% dos usuários do oeste do Atlântico se comunicam em tempo real durante as tramissões. Um exemplo é a HBO, que reprisou mês passado, nos EUA, o filme "Private Parts" ("O Rei da Baixaria"), de Howard Stern. Enquanto era transmitido, Stern comentava ao vivo pela mídia social. A audiência foi muito superior ao esperado.

Aposta da vez

A potência que as redes sociais dão à programação televisiva também chamou a atenção da organização do Oscar 2011. No dia da cerimônia de entrega das estatuetas, a ABC, transmissora oficial, usou a internet para fazer uma cobertura à parte, mostrando os bastidores. O telespectador/internauta podia acompanhar a entrega do prêmio pela TV e, logo em seguida, a comemoração do premiado pela web

Esse tipo de recurso tem se tornado cada vez mais comum, pois o buzz gerado principalmente através do Twitter acaba muitas vezes delimitando os caminhos da atração. As mensagens postadas em sites como o microblog ou o Facebook, por exemplo, podem ser "a maneira mais eficiente de atrair espectadores", afirma Ian Schafer, presidente-executivo da agência digital Deep Focus.

"Sabemos que as pessoas fazem outras coisas enquanto assistem TV", comentou Albert Cheng, vice-presidente executivo de mídia digital do Disney/ABC Television Group (responsável pela ABC). "A questão é como aproveitar essa tendência e criar uma experiência completamente diferente para o consumidor."

O próprio presidente-executivo do Twitter, Dick Costolo, enxergou esse potencial recentemente ao declarar que as conversas online transformam programas televisivos em verdadeiros eventos. Isso é visto por aqui com o Big Brother Brasil, da Rede Globo: em dias de eliminação ou prova importante do reality show, ele facilmente acaba entre os assuntos mais discutidos no microblog.

O interesse pelo programa é tão grande que a Kingo Labs, empresa responsável pela criação de aplicativos para social media como o Migre.me, desenvolveu uma ferramenta de monitoramento do BBB. Anunciado em janeiro, o Kingo Meter ajuda os patrocinadores a saber como anda o investimento que fizeram, pois acompanha segundo a segundo o "número de mensagens que cada uma das marcas teve no Twitter, consolidando um ranking geral de desempenho", explica Maria Carolina de Araujo Cintra, diretora de inovação da Kingo Labs.

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Com Folha.com

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